top of page

CAPACETE residência, 2015

Um programa de quase um ano com encontros, oficinas mensais com tutores convidados e palestras públicas semanais no espaço na rua Benjamin Constant. Com participação de 12 pessoas, inclusive Caroline Valansi, Daniel Jablonski, Giseli Vasconcelos, Lucas Sargentelli, Joen Vedel, Adeline Lepine, Oliver Bulas, Tanja Baudoin, Félix Luna, Andrew de Freitas, Asia Komarova, Refilwe N Nkomo, e Maricruz Alarcon.

Durante este ano, trabalhei como assistente do Arto Lindsay; acompanhei a apresentação do filme "Bete & Deise" da Wendelien van Oldenborgh no Mam-Rio, comissionado por If I Can't Dance, I Don't Want To Be Part Of Your Revolution; comecei uma série de entrevistas com os participantes do CAPACETE com o artista Jonas Delaborde; viajamos como grupo para São Paulo e para Minas Gerais com Carla Zaccagnini e Ducha; fiz os passeios do Lucas Sargentelli, e muito mais. Com o "Colectivo FF" eu co-organizei o evento Feminismo e Feijoada.  

// 

​An almost one-year programme with meetings, monthly workshops with invited tutors, and weekly public presentations at the space in Benjamin Constant street. With the participation of 12 people, including Caroline Valansi, Daniel Jablonski, Giseli Vasconcelos , Lucas Sargentelli, Joen Vedel, Adeline Lepine, Oliver Bulas, Tanja Baudoin, Félix Luna, Andrew de Freitas, Asia Komarova, Refilwe N Nkomo, and Maricruz Alarcon.

During this year, I worked as assistant of Arto Lindsay; accompanied the presentation at Mam-Rio of the film "Bete & Deise" by Wendelien van Oldenborgh, commissioned by If I Can't Dance, I Don't Want To Be Part Of Your Revolution; started a series of interviews with the CAPACETE participants in collaboration with artist Jonas Delaborde; travelled as a group to São Paulo and to Minas Gerais with Carla Zaccagnini and Ducha; did the walks with Lucas Sargentelli, and much more. With the "FF Collective" I co-organized the "Feminism and Feijoada" event.

www.capacete.org

CONVITE_final-2-545x700.jpg

Coletivo FF (Caroline Valansi, Refilwe Nkomo, Tanja Baudoin, Adeline Lepine) interpretando a performance "Semiotics of the Kitchen" da Martha Rosler (1975-2015).

Feminismo e Feijoada: dia 30/08 de 14h-21h.
Encontros e sessões de culinária também aberto a todos aqueles que desejam participar nos dias 28 de agosto, 19h – 22h e 29 de agosto, 19h – 22h no Capacete, Rua Benjamin Constant 131, Gloria – Rio de Janeiro

Com participação do Coletivo FF (Adeline Lépine, Caroline Valansi, Refilwe Nkomo, Tanja Baudoin), Aleta Valente, Aline Baiana, Ane Hupe, Bianca Bernardo, Camilla Rocha Campos, Carla Zaccagnini, Daniela Mattos, Disk Musa Coletiva, Fabiana Faleiros, Gabriela Maciel, Giseli Vasconcelos, Idalina Silva, Joen Vedel, Juliana Wähner, Kadija de Paula, Kenia nattrodt, Kiritiana Freelon, Leandro Nerefuh, Louise Botkay, Luisa Marques, Maya Inbar, Millena Lizia, Mulheres de Pedra, Nayana Sganzerla, Paola Marugane e Angela Domini, Steffania Paola (Oficina de Defesa Pessoal Digital), Thiago Andries e muito mais!

 

Como vivemos o feminismo? Como comemos o feminismo? Nós, Adeline Lepine, Caroline Valansi, Refilwe Nkomo e Tanja Baudoin, gostaríamos de aprender como o feminismo se manifesta no Rio de Janeiro de hoje e também queremos aprender como se cozinha uma feijoada. Para isso, estamos convidando “a mulher da cozinha”, uma figura tradicional que persiste e que nós não queremos esquecer. Temos que olhar para ela de novo, talvez para desconstruí-la ou reconstruí-la. Estaremos reunidas ao redor das panelas, onde os grãos e as carnes estarão lentamente cozinhando, para juntos compartilharmos receitas e histórias. Todos podem mexer ou adicionar seu tempero. Reservamos um tempo para isso – um fim de semana – e no último dia vamos consumir coletivamente o que foi preparado e produzido nesses três dias. No Domingo, 30 de agosto, de 14h às 21h, em uma atmosfera acolhedora e criativa, convidamos todos os gêneros a comerem a feijoada, juntamente com todos os que querem compartilhar esse momento. A comida será vendida (à um preço muito justo) e os lucros irão para uma instituição que atua apoiando mulheres.

//

Meetings and cooking sessions also open to those who wish to participate on the 28th and 29th of August, from 7pm to 9pm at CAPACETE, rua Benjamin Constant 131, Gloria – Rio de Janeiro

With participation of the Collective FF (Adeline Lépine, Caroline Valansi, Refilwe Nkomo, Tanja Baudoin), Aleta Valente, Aline Bahia, Ane Hupe, Bianca Bernard, Camilla Rocha Campos, Carla Zaccagnini, Daniela Mattos, Disk Musa Coletiva, Fabiana Faleiros, Gabriela Maciel, Giseli Vasconcelos, Idalina Silva, Joen Vedel, Juliana Wahner, Kadija de Paula, Kenia Nattrodt, Kiritiana Freelon, Leandro Nerefuh, Louise Botkay, Luisa Marques, Maya Inbar, Millena Lizia, Mulheres de Pedra, Nayana Sganzerla, Paola Marugane and Angela Domini , Steffania Paola (Workshop of Digital Self Defense), Thiago Andries and more!

 

How do we live feminism? How do we eat feminism? We, Adeline Lépine, Caroline Valansi, Refilwe Nkomo and Tanja Baudoin, would like to learn how feminism exists in Rio de Janeiro today and we also want to learn how to cook a feijoada. We are calling upon ‘the woman in the kitchen’, a traditional figure that persists and that we don’t want to dismiss. We need to look at her again, perhaps to de-construct or re-construct her anew.  We will be gathering around the pot where the beans and meat are slowly cooking to share recipes and stories. Everyone can stir or add spice as they wish. We take time – one weekend – and on the last day will collectively consume and digest what has been prepared and produced. On Sunday afternoon 30th of August from 2pm to 9pm, we will eat the feijoada together with all who want to share this moment in a warm and creative atmosphere. The food will be sold (for a very fair price) and the profits will go to a charity organization supporting women.
 

from-andrew-de-freitas-starting-one-of-the-walks-2015.jpg

Grupo de caminhada, projeto do Lucas Sargentelli. Foto: Andrew de Freitas.

Texto sobre o projeto "Grupos de caminhadas" de Lucas Sargentelli, fevereiro de 2016. 

 

Por dez meses em 2015 estive participando da série de ‘caminhadas’ organizadas por Lucas Sargentelli, durante o Programa Capacete, que ambos atendemos como participantes. Esse texto curto é uma reflexão sobre a experiência desse ano, escrito com um espírito de imediatez que vem da minha apreciação por esse trabalho.

As caminhadas de 2015 fazem parte de uma trajetória mais longa de caminhadas que Lucas vem realizando já por algum tempo. Em um dos primeiros meses no Programa Capacete, depois de uma caminhada em grupo para compartilhar o seu processo conosco, Lucas tomou a decisão de fazer uma caminhada a cada semana pelo resto da duração do programa. O grupo do Capacete foi convidado por e-mail para vir a cada vez, e logo os convites se estenderam também a amigos e conhecidos.

O formato das caminhadas foi bastante estruturado e aberto ao mesmo tempo. A premissa foi a de realizar uma caminhada por semana, o ponto de início sendo o ponto final da caminhada anterior. Nós usávamos tampões de ouvido pelo tempo da caminhada. A direção foi frequentemente determinada de forma mais ampla, por exemplo, podíamos tentar ‘caminhar ao norte’ ou passar diversas semanas tentando ‘alcançar os limites da cidade’, mas sem nenhum destino especifico. A direção foi também deixada às preferências e caprichos dos caminhantes durante a caminhada, apesar de Lucas levar adiante como a pessoa que realizou alguma investigação sobre onde estávamos indo, e tivesse frequentemente caminhado sozinho alguns dias antes para explorar a área.

Cada caminhada introduzia um ‘protocolo’ que podia ser a proposta de uma ação, algo para vestir no corpo, um ‘objeto mental’ para carregar na mente, ou outra coisa. Usualmente os protocolos testavam algum tipo de concepção sobre a caminhada que vinha tanto das reflexões de Lucas como de sugestões de outros membros. Os protocolos podiam funcionar para realçar a nossa experiência física de caminhar, mas podiam também ser uma maneira de pensar o que estávamos fazendo enquanto estávamos fazendo. Eles podiam ser uma ferramenta para fazer outras coisas também, como fazer uma marcha ou desfile, ou pensar juntos sobre processos de grupo. Eu inicialmente senti alguma resistência quanto aos protocolos porque ‘apenas queria andar’, mas depois de algum tempo me dei conta que eram realmente como propostas, abertas a interpretação do participante sem nenhuma pressão para ‘performar’. Lembro bem quando coletivamente rejeitamos um aspecto do protocolo (trocar um item de roupa entre nós), mas acolhemos completamente outro (pensar sobre nossos passos e ‘coletar três deles’). Tomar as coisas mais seriamente ou mais ludicamente também cabia a nós. Os protocolos algumas vezes foram introduzidos em um convite por e-mail, mas eles eram sempre explicados por Lucas logo antes da caminhada. Eles marcavam o início da caminhada. Apreciei muito esses momentos como o ponto onde nossos corpos individuais se reuniam com um propósito, pois deixávamos de estar apenas parados conversando e esperando que todos chegassem para se aproximar fisicamente e receber nossa missão ('debriefing'), fazendo últimos comentários antes de colocar os tampões de ouvido e partir.

Os tampões de ouvido adicionaram uma forte sensação física para a experiência de caminhar na cidade. Na primeira vez que os usei eles amplificaram todos os sons internos do meu corpo (respiração, batida do coração, passos no chão). Depois de um tempo me acostumei a eles, que se tornaram mais uma ferramenta que trouxe outra atenção aos arredores, uma atenção que é difícil de descrever. Acho que eles produzem um foco de atenção que tem o potencial tanto de estar mais interiormente direcionado (induzindo a um estado meditativo) ou exteriormente direcionado (prestando mais atenção onde você está andando, olhando se os outros estão bem porque a comunicação vocal é desafiada). O efeito dos tampões de ouvido pode ser diferente para cada caminhada. Eles também significavam que não precisávamos conversar entre nós.

As caminhadas continuaram enquanto tentamos nos organizar como um grupo no Capacete. Tivemos discussões sobre como dividir tarefas na cozinha, falamos sobre o que fazer com o dinheiro coletivo que ganhamos, debatemos se queríamos fazer uma apresentação pública ao fim do ano, e tudo isso nunca foi resolvido. Mas as caminhadas aconteciam toda semana. Comecei a me dar conta de como elas estavam ‘funcionando’ quando o grupo teve intenções de encontrar toda semana para 'visitas de estúdio' mas conseguimos fazer isso muito poucas vezes. As caminhadas nos levaram junto como parte da prática em desdobramento de alguém, com possibilidades de múltiplos níveis de engajamento: como participante, mas também como um companheiro de conversas. Quase toda caminhada proporcionou um momento de reflexão ao final, em uma cerveja compartilhada, quando pensamentos e experiências que antes não puderam ser ditos foram trocados. Esse foi também o momento de coletivamente considerar o protocolo e o que ele provocou, se alguma coisa. Nem todo mundo participou das caminhadas, e muitas vezes apenas alguns de nós puderam comparecer. Mas elas aconteceram de todo modo.

Parece que o elemento de ‘insistência’, nesse caso a comprometimento de Lucas de caminhar toda semana, toca em algo bastante oportuno, que eu vejo também em conexão com outras práticas performáticas. Enquanto a performance se tornou onipresente no mundo da arte nos anos recentes, proliferam diferentes práticas. Um ponto de diferença é abordar a performance como um espetáculo ou evento (e não há nada de errado com isso) ou abordar a performance como uma prática que se relaciona com o tempo de uma forma complexa, não apenas através da experiência singular e única, mas também através de seus opostos, duração e repetição. Ao tornar-se parte de algo que acontece por um tempo longo, que se repete, mas com diferença, adentra-se um rico campo de experiências e idéias que muda seus pensamentos à medida que estas se desenvolvem. Também afeta pensamentos sobre outros projetos e eventos da vida, e talvez mude seus movimentos enquanto você continuar a atravessar a cidade em outros momentos.

Vimos partes da cidade que provavelmente nunca teríamos visitado se não fosse pelas caminhadas. Eu não acho que seja muito importante se ocupar tanto sobre quando tomamos o papel de flâneur ou turista, embora pense que foi parte do prazer de caminhar por novas vizinhanças. Acho que o mais importante é que estávamos presentes na rua e estabelecendo relações com o nosso entorno e entre nós enquanto nos movíamos, e com intenção (e que essa intenção podia mudar). Estou certa de que Lucas deve ter algum tipo de mapa afetivo em sua cabeça quando pensa retrospectivamente no ano, sentindo como as intenções do grupo mudaram de caminhada para caminhada, dependendo das condições do tempo, a área onde estávamos, a duração da caminhada, sabendo onde estávamos ou estando perdidos, o tamanho do grupo, as pessoas e seus humores, as relações uns com os outros, com Lucas e com a cidade, como negociávamos os protocolos – como todas essas pequenas coisas contribuíram para uma experiência diferente a cada vez. O fato de que ele decidiu não documentar as caminhadas deve ter a ver com esse mapa afetivo e saber que isso não pode realmente ser capturado por exemplo em fotografias (apesar de haver algumas ótimas fotografias tiradas pelas pessoas). De qualquer modo, vestígios do que fizemos existem – os convites, alguns mapas virtuais dos percursos feitos e compartilhados posteriormente, algumas notas... E cada um de nós participantes também está carregando por aí seus próprios mapas afetivos.

 

//

Text written about the project "Grupos de caminhadas" of Lucas Sargentelli, February 2016. 

 

The past ten months I have been participating in the series of ‘caminhadas’ organized by Lucas Sargentelli. His walks took place during the CAPACETE programme of 2015, which we both attended as participants. This short text is an experiential reflection on that year, written in a spirit of immediacy stemming from my appreciation for this work. 

 

The 2015 walks are part of a longer trajectory of walks that Lucas has been carrying out for some time now. In one of the first months of the CAPACETE programme, following a group walk to share his process with us, Lucas took the decision to make a walk every week for the rest of the programme’s duration. The CAPACETE group was invited by email to come each time, and soon the invitation was opened up to several of Lucas’ friends too. 

 

The format of the walks was very structured and very open at the same time. The premise was to make one walk a week, the starting point being the end point of the previous walk. We wore ear plugs for the duration of the walk. The direction was usually determined in a general way, for instance we might attempt to ‘walk north’ or spend several weeks attempting to ‘reach the city’s edge’, but without any specific destination. The direction was also left up to the walkers’ preferences and whims during the walk, though Lucas led ahead as the one who had done some research into where we were going, and had often walked there by himself a few days earlier to explore the field.

 

Each walk introduced a ‘protocol’ that could be a proposed action, something to wear on the body, a ‘mental object’ to hold in your mind, or something else. Usually the protocols tested some kind of conception about the walk that came either from Lucas’ own reflections or through another member’s suggestion. The protocols could function to enhance our physical experience of walking, but could also be a way to think through what we were doing while we were doing it. They could be a tool to do other things as well, like making a parade, or thinking together about group processes. I initially felt some resistance towards the protocols because I ‘just wanted to walk’, but after some time I came to realize they were really like proposals, up to the interpretation of the participant without any pressure to ‘perform’ them. I remember well the walk when we collectively rejected one aspect of the protocol (to switch an item of clothing with each other), but fully embraced the other (to think about our steps and ‘collect three of them’). Whether we took things seriously or more playfully was also up to us. The protocols were sometimes introduced in the invitation email, but they were always explained by Lucas just prior to the walk. They marked the walk’s beginning. I came to value those moments very much as the instance when our individual bodies came together with a purpose, as we went from just standing around chatting and waiting for everyone to arrive, to physically huddling closer to receive our debriefing and making last comments before putting in our earplugs and setting off together. 

 

The earplugs add a strong physical sensation to the experience of walking in the city. The first time I used them they magnified all the internal sounds of the body (breath, heartbeat, footsteps on the pavement). After a while I got used to them and they became more of a device that brought another awareness to my surroundings, one that is hard to describe. I think it gives a focus of attention that has the potential both to be more inwardly directed (inducing a meditative state) or outwardly directed (paying more attention to where you are walking, watching if the others are okay because vocal communication is challenged). The effect of the earplugs might be different for each walk. They also meant we didn’t have to speak to each other. 

 

The walks continued while we tried to organize ourselves as a group in CAPACETE. We held discussions about how to divide tasks in the kitchen, we talked about what to do with the collective money we earned, debated if we wanted to do a group presentation at the end of the year, and nothing was ever resolved. But every week there was a walk. I started to realize how well the walks were ‘working’ when the group had intentions to meet every week for studio visits but we only managed to do this a few times. Yet the walks took us along as part of someone’s ongoing and unfolding practice with opportunities to engage on multiple levels: as a participant but also as a conversation partner. Nearly every walk provided a moment for reflection at the end, over a shared beer, when thoughts and experiences were exchanged that couldn’t be spoken before. This was also the time to collectively consider the protocol and what it provoked, if anything. Not everybody participated in the walks, and many times only a few of us were able to join. But they took place anyway. 

 

I think the element of ‘insistence’, in this case Lucas’ commitment to walking every week, touches on something very timely that I see in connection to other performative practices as well. While performance has become omnipresent in the art world in recent years, there are so many different practices abounding. One point of difference is to approach performance as a spectacle or event (and there is nothing wrong with that) or to approach performance as a more rigorous practice that relates to time in a complex way, not only through singular or unique experience but also through its opposites, duration and repetition. By becoming part of something that takes place over a longer time, that repeats but with a difference, there is inevitably a rich field of experiences and ideas produced that shifts your thoughts as it develops. It also affects thoughts about other projects and life events, and perhaps changes your movements as you continue to traverse the city at other moments. 

 

We saw parts of the city that we probably would never have visited if it wasn’t for the walks. I don’t think it’s too important to dwell much on whether we took on the role of the flaneur or tourist, though I think that was part of the pleasure of walking through new neighborhoods. I think what is more important is that we were present on the street and establishing our relationship to our surroundings and to each other as we moved, and with intention (and that this intention could change). I am sure Lucas must have some kind of affective map in his mind when he thinks back on the year, sensing how the group’s intentions shifted from walk to walk, depending on the weather conditions, the area we were in, the length of the walk, knowing where we were or being lost, the size of the group, the people and their moods, their relationship to each other, to Lucas and to the city, how we negotiated the protocols - how all these little things added up to a different experience each time. The fact that he decided not to document the walks must have to do with this affective map and knowing that this can’t really be captured in photographs, for example (though there are some great photographs people took). In any case, traces of what we did do exist - the invitations, some Google maps of the routes made and shared afterwards, some notes... And each of us participants is carrying around their own affective map too. 

 


 

bottom of page